Prossegue a luta na <i>Saint-Gobain</i>

Em luta pela retoma da produção e os postos de trabalho, os trabalhadores da Saint-Gobain Glass, ex-Covina, concentraram-se, dia 30, diante a Câmara Municipal de Loures para exigirem a intervenção da autarquia.
A decisão da concentração que contou com o apoio do Sindicato dos trabalhadores da Indústria Vidreira, diante a autarquia de maioria PS, foi tomada no plenário de dia 28, junto às instalações, em Santa Iria da Azóia, onde os representantes dos trabalhadores prestaram esclarecimentos sobre os seus direitos, após a administração lhes ter enviado propostas de rescisão dos contratos.
Da autarquia, os trabalhadores exigiram uma tomada de posição e a sua intervenção no sentido da salvaguarda dos postos de trabalho e da economia do Concelho, como referiu, na concentração, Rui Braga, da Comissão de Trabalhadores.
Num comunicado distribuído aos trabalhadores e à população, intitulado «Ninguém pode ficar indiferente perante a destruição da ex-Covina», a Organização Regional de Lisboa do PCP apelou à solidariedade com esta luta, em defesa do aparelho produtivo nacional, «condição indispensável ao futuro de Portugal e do p+ovo português».
O documento recorda como PS e PSD foram responsáveis pela privatização da vidreira, durante a década de '90, tendo argumentado que aquela alienação era indispensável para que se modernizasse, crescesse e criasse emprego. Dando essas garantias, a multinacional francesa adquiriu-a beneficiando de milhares de contos em financiamentos públicos, «até então negados à Covina portuguesa». No fim do ano passado, a multinacional apresentou lucros de 1,8 mil milhões de euros, prossegue o comunicado, adiantando que, em Janeiro, o Governo anunciou apoios à vidreira de 68 milhões de euros, mas na mesma data foi decretado um primeiro lay-off, por seis meses, e encerrada a produção de vidro plano com o argumento da necessidade de reparação do forno.
Após as eleições legislativas, a multinacional anunciou que ia proceder a despedimentos e que pretende substituir a produção por material importado de fábricas no estrangeiro.
Os trabalhadores voltaram a exigir, do Governo, a defesa dos empregos e da produção, mas o executivo PS «enviou a polícia para “dialogar” com os trabalhadores e continua a financiar a multinacional», recordou o comunicado da DORL do PCP que descreve, detalhadamente, as várias resoluções do Conselho de Ministros de que previam a revitalização, viabilidade e continuidade da única fábrica nacional de vidro plano.
O comunicado termina salientando que, erradamente, «a lógica do Governo continua a ser “o que é bom para as multinacionais é bom para Portugal.»


Mais artigos de: Trabalhadores

Basta de tanta pobreza!

Mantendo-se a política de direita com o actual Governo, os trabalhadores reformados terão cada vez mais diminuídas as suas pensões, alertou, dia 29, a Inter-Reformados, diante do Ministério do Trabalho, em Lisboa, numa «tribuna pública» onde anunciou uma manifestação nacional, no próximo dia 26, em Lisboa.

Vitórias da luta

Um acordo, alcançado a dois dias de uma greve na CP Carga, garante direitos e passagem a efectivos dos contratados a termo. Com outras lutas marcadas, o presidente da CP convocou de urgência o sindicato.

A farsa do <i>lay-off</i>

Trabalhadores das empresas do Complexo Grundig e dirigentes sindicais do distrito e nacionais realizaram uma concentração, para contestarem os motivos invocados para nova redução do trabalho e dos salários na Delphi.

Apoiar desempregados e reformados

Alargar a protecção no desemprego, revogar o factor de sustentabilidade da Segurança Social e alterar regras de actualização das pensões e das prestações socais é o objectivo da petição da CGTP-IN, anunciada dia 30. A recolha de assinaturas decorre até ao fim de Novembro.

Professores por acção firme

Num momento em que é necessária uma intervenção sindical firme e determinada, os «professores unidos» criticam a revisão inoportuna e apressada dos Estatutos do SPGL.

<i>Montepio</i> quer salvar precariedade

O Montepio pretende continuar a abusar da subcontratação e dos vínculos precários de emprego, por isso decidiu punir dois representantes dos trabalhadores, que agiram contra essa linha e em defesa de bancários despedidos pelo banco mutualista. A acusação é feita pelo Sindicato dos Trabalhadores da Actividade Financeira...

A <i>Brasileira</i> em greve

Os trabalhadores do café A Brasileira, no Chiado, em Lisboa, estiveram em greve na sexta-feira, 30 de Outubro, reclamando a actualização dos salários, referente a 2009, e o cumprimento de direitos inscritos no contrato colectivo de trabalho, como os subsídios de refeição ou a retribuição de horas extraordinárias e...

Não há memória de tanto desemprego

A Direcção Nacional e as direcções regionais do Movimento dos Trabalhadores Desempregados, reunidas no dia 23 de Outubro, analisaram a situação do desemprego em Portugal e apresentaram propostas concretas para solucionar «os gravíssimos problemas que o País travessa em matéria de emprego e para melhorar as condições de...

Acidentes e doenças profissionais<br> são motivo de despedimento

Os trabalhadores que foram vítimas de acidente de trabalho ou que sofrem de doenças profissionais, em situação de baixa médica, têm o seu posto de trabalho ameaçado pela Lei 98/2009, que entrará em vigor no dia 1 de Janeiro. Esta possibilita que os patrões recusem a prestação do trabalho e accionem um mecanismo que...